Eu subo degrau a degrau...

... a imaginar-te!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A bad day

Penso, relembro, choro…
Sonho, vivo, imploro…
Estou farto destas gotas de ódio
Que me trespassam a pele
Que me fazem sangrar de raiva
De dor…
Cheiro a vazio por dentro
Tudo em mim é transparente
Sou incolor, sem vida
Respiro, mas não existo…
Sou amado, mas não amo
Todo o amor que a vida me deu
Me retirou de seguida
Tirou-me dezenas de pedaços de lembranças
Centenas de abraços e sorrisos
Milhares de recordações que me enchem o peito…
Lá no fundo sou um dos milhões que sonha, mas não vive!
Um dos milhões que quer amar, mas não vive!
Um dos milhões que quer sentir, mas não vive!
Um dos milhões de milhares de corações que deixaram de bater sem razão…
É estranho, mas eu sei que sentes
Eu sei que és como eu, e finges não ser…
Finges estar tudo bem, sorris a quem passa por ti na rua
Mas contínuas a chorar na rua da solidão
Onde a luz da lua e a luz do teu coração se unem, e choram…
Sei que sonhas, como eu, e finges já ter tudo aquilo que desejas
Sei que choras na almofada, como eu, e finges estar tudo bem
Sei que pensas como eu, mas contínuas a viver no teu mundo de ilusões…
E agora? O que fazer para mudar?
Vives? Sentes? Choras?
Sonhas? E choras de novo
O impulso para subir na vida e passar a ter em vez de sonhar, está distante…
A brisa que nos leva deste mundo de ilusões para o mundo a cores, perdeu-se…
E contínuas só, deitada, dia após dia, a sonhar como o ontem poderia ter sido bom
E amanhã sonhas como o hoje poderia ter sido diferente…

sábado, 9 de julho de 2011

Alma Nua

Subo a avenida, aprecio e sorrio ao meu futuro
Sentado no banco, observando sem fumo
Obscuro o grito e caem lágrimas do céu
Ninguem viu o sentimento que ali permaneceu
Palavra de paixão, palavra que conquista
Encosto a cabeça no capuz e sinto alma de artista
É esta a vida, o arquivo foi encerrado
Faz o que tens a fazer para saíres sempre honrado
A rua, a preto e branco, vai falando fria e escura
Ensina mais do que qualquer forma dura
A lua, singela, brilha e faz luz em cada esquina
A dor que se acumula vai desaparecendo na neblina
Cai a noite no vazio, choro por dentro
A lágrima congela e é levada pelo vento
Sinto um vazio imenso dentro da minha alma
São gritos de desespero com cortes de pouca calma...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Querer


Venço-me, auto-defesa advém
Procuro a liberdade mas o cravo não me provém

Vem, por mim caminha, juro invicto que inclino
Ao comprometido disperso em versos o meu prometido
Eu vi-o, o defeito no efeito do piano
Um passo negro e embarro com dois efeitos sem branco
Mais faço, mais tento, mais quero e dou com a cara no chão
Mais faço, mais perco e mais me tiram razão
Num pára-arranca a imagem crava e quebra
Mas prevalece sempre o sentido da perda
E concluo que todos fomos enganados
Pois tudo o que nos dão, é-nos tirado...

Por vezes há pensamentos que se apoderam de nós

A nossa razão de existir, até onde chega a nossa voz
O que dizemos e o que fazemos, será que achas bem?
Tanta negatividade que te rodeia sem...
Piedade sozinha nesse teu espaço
Tu não fazes nada e parece que sentes um cansaço
Dentro de essa alma sentes-te vadia
Cheia de tudo, sentada à espera do melhor dia
Vazia, desconhecendo o dom que transportas
E cada dia é como um fardo pesado às costas
Apostas que após a tempestade vem a bonança
A força vem a cada metro que a gente alcança
Há sempre alguém, que compreende a ira
Condenada e confusa, tudo te parece sem saída
Pecados são pedaços da tua história
Que te sirva de luz no caminho até à vitória...




quarta-feira, 1 de junho de 2011

Acreditas?

Dívidas choram, desprezo ao domicílio
Esfregam lágrimas de nada com papéis de subsídios
Fiéis ao suicídio não encontram outro estado
À ordem de um renegado esperam um ordenado
Pergunta quem eleva uma vida pouco activa
Partiram o Activa ao meio e só deram asas ao Iva
Na busca de uma explicação séria
Muitos querem voto mas nunca existiu matéria...

Respira, respira fundo que o fundo não existe
Para quem ainda resiste a ver o que não viste
Lava o que sabes, agarra o que fazes aqui
Permites que só a morte se acredite em ti?
Depositam a bondade, e o crédito escorrega
Comem por trás a verdade que é a única cabra cega!

Pai Nosso que estais no Céu, eu duvido, não suplico
Não credito no ensino que Vós dais no paraíso
Se é intrínseco o que destes ao amor de cada mãe
É intrínseco o que deves se te pagam com Ámen.

Emanas crenças que dão quilos de dramas
Quando a alma só aguenta 21 gramas
Quem acredita nesse poder estatal?
De bolsos cheios para o destino e gamado no terminal!?
Deixem-me ser, eu não escolhi este hemisfério
E o mistério do controlo mudou-se para ministério

Não sou esperto, sou correcto e não evito o conflito
Pago a licenciatura e a indiferença passa o recibo
Pari uma confiança, veio a mentira ao expoente
Parente de ilusões sem nome, então eu vou ser pai ausente.

sábado, 28 de maio de 2011

Sem forças

Sinto frio...
Divago no vazio, sombrio...
Estou a tremer, preso por um fio.
Tenho medo, tenho dor, sem brio...
Ouço vozes. É o lado obscuro, eu senti-o.
Caí, chorei e ergui-me neste refúgio
É ensurdecedor, vozes ecoam. Um delírio...
Local fantasmagórico, para além do bíblico
Sinto-me a desfalecer, estou em estado crítico.
Vejo uma luz ao fundo de um mundo vazio
Estarei a morrer? De certeza que não é fictício.
Os meus ossos torcem. Choro ou rio?
A dor, o louvor, nada valem neste sítio.
É mágico, abstracto, para além do imaginário
São injecções de adrenalina, vendo o mundo ao contrário.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Trevo - Vítor

No campeonato da vida fui o sorteio no melhor pote
Quatro pétalas eram essas o meu trevo da sorte
Sem a tua pétala este trevo não era eterno
Com 4 anos de solidão, mesmo assim és um génio
Focos apontam para ti, és a minha força nesta terra
24 horas de amor é a rega para a tua pétala
12 horas de claridade e outras 12 ao escuro
No que depender de mim este trevo não fica murcho
Vou guardar-te bem comigo, esse é o primeiro passo
Tive sorte na validade porque esta não tem prazo
Isto nasce ou cai, com ou sem tombo de poeta
Mas como eu bem te conheço pões a flor ainda mais bela
Não te perco, mas a sério, fico sempre com medo
Porque a sorte deu-me a sorte de entrares neste trevo...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Saudade

Serás força interior, nostalgia ou desejo?
Pensamento ou realidade separa o abraço do beijo
Saudade te vejo, como um fogo incandescente
Locomotiva de emoções que me faz seguir em frente
Por segundos, viajo sem sair do sítio
Entre sorrisos ou lágrimas tudo se tornou paraíso
Contigo arrisco a reavivar qualquer segundo
Como anjos que me guiam que partiram deste mundo
Será destino? Serei apenas um réu?
Sinto-me algemado à terra e não consigo tocar no céu
Relembro passagens, flashes de memória
No coração eu transporto o livro da minha história
E é inglória, capítulos da minha infância
Desde peripécias de família a brincadeiras de criança
Locais de fotografias que me fazem recordar
Quero regressar no tempo para ali poder voltar...

Sem ti, senti que não alimento a alma
Sem ti, senti que não posso transmitir a calma
Sem ti, nostalgia ou desejo?
Pensamento ou realidade separa o abraço do beijo...

Saudade sinto, quando é o cair do pano

E torno-me melancólico como o som de um piano
O passado juntos que acabou por tudo ou nada
Sem sequer haver um porquê de uma vida acabada
Dada a circunstancia que encontras na situação
Chuva de pensamentos que te darão a conclusão
Palavra forte, com forte significado
Dado ao escassear por algo por nós acarinhado
Controlado por algo que não consegues controlar
Força interior que te puxa como a ondulação do mar
Palavra única, escrita num dialecto
Explicando sensações e um sentimento em concreto
Certo que todos temos por muito forte que sejas
Saudades de olhar-lhe nos olhos, é isso que tu invejas?
Quanto à saudade, não tenho saudade dela
Com amor e palavras fazem-me querer que a vida é bela...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Discurso

Acordo, ainda um pouco dormente
Abro a janela e vejo como tudo é transparente
Tudo é tão claro, faço um juízo evidente
Preparando-me para mais um dia que tenho pela frente
Visto as calças, a sweat e calço as sapatilhas
Ansiando que o dia decorra às mil maravilhas
Procurando constantemente uma boa oportunidade
Para me sobressair dentro desta comunidade
Estou atrasado, hoje à aula de condução
Tenho de me concentrar, é mais um momento de acção
Enfrento mais uma etapa, vivo um dia de cada vez
Todos têm direito e agora é a minha vez
Continuando em frente, seguindo sempre passo a passo
Espero obter o máximo em tudo aquilo que faço
E o que faço tento aperfeiçoa-lo desde a raiz
Fazer melhor no próximo do que no anterior fiz
Quero ser consciente, e ter consciência disso
Quando não tenho certezas para mim não há compromisso
Nunca tento falhar, durante todo o meu percurso
Tenho boas amizades, vou levar longe o meu discurso
Obrigado a todos que me ensinaram a lição
Espero que me dêem força, indiquem-me a direcção
Para alcançar algo mais, uma realidade mais distante
Um Universo diferente com um facto proeminente
Lembranças antigas, momentos que ficaram marcados
Por mais que a vida mude serão sempre recordados
Memorizados, como coisas que já vi e ouvi
Coisas que não pedi, não cria e mesmo assim senti
Mas tenho de deixar de fazer acontecer
Quero avançar, porque parar é morrer….

Na vida, resta-nos uma alternativa
Aproveita e vive intensamente o dia
Não te reprimas, limita-te a sentir a vida
Usufrui da mesma, mantém a tua voz activa!

Com densidade filosofa e subtileza de poeta
Tento sempre descobrir qual será a minha meta
Transmitindo o que sentido, passá-lo para escrito
Continuarei ligado a isto como um árbitro a um apito
Notas em tons suaves, melodias de mais umas claves
Com o meu sonho de enfrentar todas as entraves
Dificuldades e obstáculos, uns fracos e outros duros
Dedicação à criação e construção de versos puros
Desabafos sofridos e canalizados interiormente
Confissões pessoais explicitas por toda a gente
Muitas palavras sentidas, algumas lágrimas caídas
Através deste processo faço curativo ás feridas
Há ocasiões que me sinto desgostoso com a vida
Questionando-me sobre acções executadas sem medida
Tenho que parar para pensar, os erros são bons professores
Se não fossem cometidos seriamos todos superiores
Manobras são executadas, muitas vezes com contra-tempo
Tenho luzes iluminadas que me reportam os velhos tempos
Há amizades que passaram, mas ficarão para sempre
Na minha face marcadas, na memória eternamente
Juntos ou separados haverá sempre uma química
Não são necessárias palavras, resume-se tudo à mímica
Temos de ter força e vontade, humildade para a verdade
Nesta existência há que haver um pouco de solidariedade
Porque a vida é feita de encantos e desencantos
Não podemos esmorecer , temos de vencer noutros campos
Faz o que tens a fazer, vai construindo pista por pista
A apatia não é benéfica em nenhum ponto de vista
Não queiras ficar parado, toma uma iniciativa
Seja ele qual for, tens de mante-la viva
Atingi tantos alvos, e outros tantos ficaram por ultrapassar
Nunca é tarde de mais, mas atrás já não posso voltar
18 anos a suportar na alma este dom comigo
É altura de o partilhar com os que compreendem este ciclo
Agora fomento a vida e os nossos laços naturais
Estaremos sempre juntos, seremos amigos imortais…

terça-feira, 29 de março de 2011

Palavras

Faço músicas como sonho enquanto escrevo sem registo
O desabafo mais singelo que na alma avisto
Tudo aquilo que me possui entre faces com sorrisos
O eterno mais perto dizem-me que focalizo-o
Acordo... Sinto o sangue quente
Vejo a praça com a luz que me faz dormente
Segue sempre pela porta da saída, a felicidade
Que abraço com uma lágrima com sabor a maturidade
Construo um mundo só meu, ninguém me o pode tirar
Ou puxar-me quando só cabe a mim entrar
E mudar o que quero com a cor da minha alma
Gritos de desespero com cortes de pouca calma
Suave toque da lâmina que sinto no coração
Com calma corto este corpo que prende ao chão
Dores por todo o lado, sinto-me velho
E a sombra no olhar quando me vejo ao espelho...

Acorda, e sente o sangue quente
Fugir dessa fase de uma forma inteligente
Quantas lágrimas já caíram na tua mão?
Quantas palavras sufocadas pelo aperto do coração...

Escrevo, vou ao além que comigo comunica
Dá-me energia ao que enfrento e que se complica
Anos que se passam, e um gajo de cabeça fria
Olhando o horizonte sem paz e alma nua
Despida de segurança, vive, sente e chora
Quantos assuntos se reservam e as mãos imploram
Por um fim ao tormento que me faz pensar
Noutro caminho que me guia e me faz evacuar
Sinto o chão quente, mas por enquanto vou pensando
Ágil como a brisa amena que me vai mantendo
Quantas folhas rasgadas à luz da rua escura
Quantas letras não revelo, e assim perduram...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mais um dia


É mais um dia, levantamo-nos de cabeça fria
Nós e a rotina estúpida parece que duram uma vida
O mesmo percurso, as mesmas pessoas, as mesmas tácticas
Nada de novo para contar ao fim de horas práticas
Sentimento de desespero, lamentos na lagoa
Quero estar alheio ao local onde a mágoa ecoa
Mas disso não estaremos imunes, não sairemos impunes
Teremos sempre comportamentos a abarrotar de queixumes
Não se deixem perturbar por um simples sintoma
As consequências serão visíveis quando subirem à tona
Só nós podemos modificar as linhas que traçamos
Lágrimas não eliminam contrariedades que passamos
À nossa frente vai-se construindo uma grande muralha
Ergam os punhos, lutem por algo nesta batalha
Uma fase boa, uma fase má
Temos que agradecer pelo facto de ainda estarmos cá
Não devemos cair, o medo traça o fracasso
Força, coragem e vontade sempre presentes em cada passo
A vida é dura, muita injustiça e muita incerteza
Se querem triunfar não mostrem sinal de fraqueza
Divagamos em sonhos, somos anjos com asas
Queremos achar o caminho de terras que não foram pisadas
Espera, pára! Não vás tão avante
Não é necessário percorrer um caminho tão distante.


Quando escrevo liberto toda a energia
Confissões e elações que tiro do dia-a-dia
É mais uma fase vista com um olhar diferente
Constrói a tua base, tens um futuro pela frente.


De consciência tranquila, apresento-me na primeira fila
Sempre com atitude, essa não posso comprimi-la
Nesta puta de vida onde tudo tem uma razão
O sufoco que sinto quando não encontro uma explicação
Estradas incomensuráveis traçadas por linhas tortas
Momentos em que parece que me fecharam as portas
Às vezes penso que a vida não faz sentido
Acontece a todos, mas há instantes que parece que é mais comigo
De momento olho para o céu, ele permanece escuro
Devido à incerteza, qual será o meu futuro?
Mas assim continuo escrevendo estes versos puros
Neste Universo há ocasiões em que temos que ser duros
Fico cansado em segundos, mas tenho força de vontade
É incrível como consigo viver nesta realidade
Se te sentes melancólico, porque não encontras uma saída?
Não te preocupes porque o sonho comanda a vida
São várias as lições, são vários os trambolhões
O importante é seres tu próprio a tirar as conclusões
Ultrapassa essa fase, não esperes pelo amanhã
Tu tens de reagir, e o melhor é começares já
Toma oposição, começa a abater os teus medos
Por poucos que sejam, vais sempre aprender com os erros
Não te podes perder, alcança a tua meta
Desfruta depois de saberes que a satisfação é certa
Não te julgues desgraçado, tenta abraçar a glória
Levanta a tocha, dá graças por mais uma vitória.