Eu subo degrau a degrau...

... a imaginar-te!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Discurso

Acordo, ainda um pouco dormente
Abro a janela e vejo como tudo é transparente
Tudo é tão claro, faço um juízo evidente
Preparando-me para mais um dia que tenho pela frente
Visto as calças, a sweat e calço as sapatilhas
Ansiando que o dia decorra às mil maravilhas
Procurando constantemente uma boa oportunidade
Para me sobressair dentro desta comunidade
Estou atrasado, hoje à aula de condução
Tenho de me concentrar, é mais um momento de acção
Enfrento mais uma etapa, vivo um dia de cada vez
Todos têm direito e agora é a minha vez
Continuando em frente, seguindo sempre passo a passo
Espero obter o máximo em tudo aquilo que faço
E o que faço tento aperfeiçoa-lo desde a raiz
Fazer melhor no próximo do que no anterior fiz
Quero ser consciente, e ter consciência disso
Quando não tenho certezas para mim não há compromisso
Nunca tento falhar, durante todo o meu percurso
Tenho boas amizades, vou levar longe o meu discurso
Obrigado a todos que me ensinaram a lição
Espero que me dêem força, indiquem-me a direcção
Para alcançar algo mais, uma realidade mais distante
Um Universo diferente com um facto proeminente
Lembranças antigas, momentos que ficaram marcados
Por mais que a vida mude serão sempre recordados
Memorizados, como coisas que já vi e ouvi
Coisas que não pedi, não cria e mesmo assim senti
Mas tenho de deixar de fazer acontecer
Quero avançar, porque parar é morrer….

Na vida, resta-nos uma alternativa
Aproveita e vive intensamente o dia
Não te reprimas, limita-te a sentir a vida
Usufrui da mesma, mantém a tua voz activa!

Com densidade filosofa e subtileza de poeta
Tento sempre descobrir qual será a minha meta
Transmitindo o que sentido, passá-lo para escrito
Continuarei ligado a isto como um árbitro a um apito
Notas em tons suaves, melodias de mais umas claves
Com o meu sonho de enfrentar todas as entraves
Dificuldades e obstáculos, uns fracos e outros duros
Dedicação à criação e construção de versos puros
Desabafos sofridos e canalizados interiormente
Confissões pessoais explicitas por toda a gente
Muitas palavras sentidas, algumas lágrimas caídas
Através deste processo faço curativo ás feridas
Há ocasiões que me sinto desgostoso com a vida
Questionando-me sobre acções executadas sem medida
Tenho que parar para pensar, os erros são bons professores
Se não fossem cometidos seriamos todos superiores
Manobras são executadas, muitas vezes com contra-tempo
Tenho luzes iluminadas que me reportam os velhos tempos
Há amizades que passaram, mas ficarão para sempre
Na minha face marcadas, na memória eternamente
Juntos ou separados haverá sempre uma química
Não são necessárias palavras, resume-se tudo à mímica
Temos de ter força e vontade, humildade para a verdade
Nesta existência há que haver um pouco de solidariedade
Porque a vida é feita de encantos e desencantos
Não podemos esmorecer , temos de vencer noutros campos
Faz o que tens a fazer, vai construindo pista por pista
A apatia não é benéfica em nenhum ponto de vista
Não queiras ficar parado, toma uma iniciativa
Seja ele qual for, tens de mante-la viva
Atingi tantos alvos, e outros tantos ficaram por ultrapassar
Nunca é tarde de mais, mas atrás já não posso voltar
18 anos a suportar na alma este dom comigo
É altura de o partilhar com os que compreendem este ciclo
Agora fomento a vida e os nossos laços naturais
Estaremos sempre juntos, seremos amigos imortais…

terça-feira, 29 de março de 2011

Palavras

Faço músicas como sonho enquanto escrevo sem registo
O desabafo mais singelo que na alma avisto
Tudo aquilo que me possui entre faces com sorrisos
O eterno mais perto dizem-me que focalizo-o
Acordo... Sinto o sangue quente
Vejo a praça com a luz que me faz dormente
Segue sempre pela porta da saída, a felicidade
Que abraço com uma lágrima com sabor a maturidade
Construo um mundo só meu, ninguém me o pode tirar
Ou puxar-me quando só cabe a mim entrar
E mudar o que quero com a cor da minha alma
Gritos de desespero com cortes de pouca calma
Suave toque da lâmina que sinto no coração
Com calma corto este corpo que prende ao chão
Dores por todo o lado, sinto-me velho
E a sombra no olhar quando me vejo ao espelho...

Acorda, e sente o sangue quente
Fugir dessa fase de uma forma inteligente
Quantas lágrimas já caíram na tua mão?
Quantas palavras sufocadas pelo aperto do coração...

Escrevo, vou ao além que comigo comunica
Dá-me energia ao que enfrento e que se complica
Anos que se passam, e um gajo de cabeça fria
Olhando o horizonte sem paz e alma nua
Despida de segurança, vive, sente e chora
Quantos assuntos se reservam e as mãos imploram
Por um fim ao tormento que me faz pensar
Noutro caminho que me guia e me faz evacuar
Sinto o chão quente, mas por enquanto vou pensando
Ágil como a brisa amena que me vai mantendo
Quantas folhas rasgadas à luz da rua escura
Quantas letras não revelo, e assim perduram...