Eu subo degrau a degrau...

... a imaginar-te!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Olhos de vidro

Última recordação do exterior foi o interior da ambulância
Nunca se tinha visionado em tal circunstância
No corredor da urgência a espera era interminável
Crescia o medo num diagnóstico nada favorável
Família era sorridente e sai com olhos de vidro
Tenta aproveitar por momentos todo o tempo perdido
Ela sabe que por dentro algo não funciona bem
Em 70 anos de histórias e memórias que ainda lhe trazem
Uma réstia de força, naquela cama de hospital
Pior que uma solitária num estabelecimento prisional
O seu corpo não descansa, olhar triste e pesado
Sente medo e quando dorme vê fantasmas do passado
Sinto-lhe a tocar-me na face com a sua mão enrugada
Impunência da doença transformanos em nada
De repente sinto uma vida a passar-me à frente
E o sacríficio tornou-me no homem que sou presentemente!

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