Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na esquina da mesa, dói morder a língua. Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Tu podias ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter...
Martha Medeiros
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
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