Eu subo degrau a degrau...

... a imaginar-te!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pbz.

Viajante nocturno, observador avançado
Expando o portal com a realidade a cada passo dado
Exploro imaginando os ideais nesse quarto escuro
Como será estar desmarcado neste mundo?
Caminho pela rua fora de porta aberta
Sentimento desperta à medida que o tempo mal se comporta
Ventos, geada, frio e chuva
O que um pobre desgraçado não dava por uma luva
Em qualquer bloco, quarteirão ou esquina
A miséria paira no ar embrulhada na neblina
Um ser humano enrolado em papelão
É visível a perda de uma alma e de um coração
Quadros pintados que a sociedade despreza
No total abandono, mesmo à distancia de uma reza
Triste fado neste espaço incolor
É notório o reflexo interior que tenta olvidar a dor
Quando a lua sobe as regras mudam
Não há benesses só preces, escassos prazeres ajudam
Uma moeda vale um sorriso de um mendigo
Há uma carente que apenas quer o calor de um abrigo
Nesse refúgio sem parede nem tecto
Matar a fome, para muitos, é um sagrado privilégio
Expostos a uma degradação constante
A desistência do próprio ser vai-se tornando irrelevante.

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